sexta-feira, 25 de maio de 2007

E tá tudo (ou quase tudo?) parado!

É pessoal, tá tudo parado. Parado no bom sentido, pelo menos para alguns. A greve nas Universidades do Estado de São Paulo está de tirar o fôlego. Na última assembléia geral, mais de 2.000 alunos compareceram para votar a favor da greve, apesar da USP contar, ao todo, com cerca de 46.000 alunos de graduação. E isso não desanimou o movimento estudantil, que continua com a ocupação da reitoria, e muito menos alguns dos docentes que apoiam o movimento e se fazem presentes todos os dias, organizando e apresentando um interessante ciclo de debates no auditório da reitoria ocupada. Mas esse pequeno número de estudantes não deixa de martelar na cabeça de todos aqueles que lutam por uma universidade de qualidade, e que deveria martelar na cabeça de todos nós, mas infelizmente isso não acontece. Nossa sociedade ainda se baseia numa gigantesca e alienante falta de vontade, isso só para resumir a infelicidade. Nem os próprios alunos conseguem se unir. Fazer uma assembléia de estudantes é uma corrida de obstáculos, os alunos pouco participam, olham de longe e voltam às salas de aula, à cantina, à conversa com os amigos, ao cochilo, como se nada estivesse ocorrendo, como se a universidade não fosse formada por eles e existisse exclusivamente para eles. E quem vai lutar por uma universidade de qualidade senão os próprios alunos? Bom, o governo do estado e da nação não parece estar se preocupando muito com esse tema, ou estou redondamente enganada? E parte dos alunos ainda enfrenta a paralização com aulas! É isso mesmo! Alguns institutos da USP, campus da capital, estão funcionando normalmente, e os alunos até aparecem em entrevistas nas redes abertas de televisão dizendo: "Nós? Nós estamos tendo aula! Aqui nada parou!". Só faltou perguntar,"Por que, o que está acontecendo?". E só alguns param, só alguns falam, só alguns pensam, só alguns. Não sabemos ao certo quanto tempo mais teremos que nos indagar: até quando só alguns terão que se politizar e pensar nos problemas da nossa sociedade? Seria muito frutífero, de uma maneira ilusória, dizer que houve melhora, que pelo menos a paralização está mostrando um efeito inesperado, que pelo menos as redes de televisão falam da greve, que pelo menos... Durante quanto tempo ainda nos contentaremos com esse ínfimo pelo menos? Ou então nos alegraremos porque pelo menos a polícia militar ainda não tentou a desocupação da reitoria?!?! Acho que nos contentaremos, gostaria de dizer o contrário, mas a realidade é que nós estamos, há muito tempo, com a navalha no pescoço, e não fizemos, não fazemos e não faremos nada... Por que mesmo??????????

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